A Coragem de Ser Imperfeito - Resenha crítica - Brené Brown
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A Coragem de Ser Imperfeito - resenha crítica

A Coragem de Ser Imperfeito Resenha crítica Inicie seu teste gratuito
Autoajuda & Motivação

Este microbook é uma resenha crítica da obra: 

Disponível para: Leitura online, leitura nos nossos aplicativos móveis para iPhone/Android e envio em PDF/EPUB/MOBI para o Amazon Kindle.

ISBN: 8543104335, 978-8543104331

Editora: Editora Sextante

Resenha crítica

A cultura de não ser bom o bastante

A autora inicia o seu primeiro capítulo expondo uma opinião popular: o mundo está cada vez mais narcisista. Enquanto os leigos usam o termo “narcisismo” para diversas situações, desde uma atitude arrogante até uma grosseira, os pesquisadores têm analisado o conceito de todas as formas possíveis.

Alguns estudiosos analisaram as músicas que ficaram no topo das paradas nos últimos 30 anos e concluíram que:

  • Boa parte destas canções têm uma tendência para o narcisismo e hostilidade;
  • A diminuição expressiva do uso de “nós” e “nosso” e um aumento no uso de “eu” e “meu”;
  • Declínio das palavras relacionadas a solidariedade e emoções positivas;
  • Aumento das palavras relacionadas a ira e comportamentos antissociais, como “ódio” e “matar”.

Outros pesquisadores também argumentaram que a incidência de personalidade narcisista mais que dobrou nos Estados Unidos nos últimos 10 anos. Com uma sociedade cada vez mais egoísta, nossa primeira inclinação é a de curar quem atua desta forma e o colocar em seu devido lugar. O que muita gente não compreende é que não se “cura” o narcisismo apontando defeitos e imperfeições.

O narcisismo pelas lentes da vulnerabilidade

Ao analisar o narcisismo pelo ponto de vista da vulnerabilidade, podemos enxergar esta prática como o medo da humilhação de ser alguém comum. Aquele receio de nunca se sentir bom o bastante para conquistar os seus objetivos, ser notado, amado ou aceito.

Quantas vezes você, inconscientemente, já pensou no que fazer para ter uma quantidade maior de curtidas no Facebook ou Instagram? O desejo de acreditar que o que estamos fazendo tem importância é facilmente confundido com o estímulo para sermos extraordinários.

O problema de nunca ser bom o bastante

Você já ouviu falar na escassez? No âmbito psicológico, a escassez é a sensação de nunca ser ou ter o bastante. Basta analisar como passamos parte dos nossos dias. É comum nos deparar que estamos sempre reclamando ou nos preocupando com algo que não temos ou somos em quantidade ou grau suficiente.

O que torna esta avaliação diária tão desoladora é que estamos sempre comparando a nossa vida (em todos os aspectos) com uma visão de perfeição inatingível propagada pela mídia. Também nos comparamos com a visão ficcional de quanto alguém próximo de nós já conquistou e até com a nostalgia do passado.

A escassez atua com três componentes: a vergonha, comparação e desmotivação. Ao ler a lista de perguntas para cada um destes componentes e tentar responder, tenha em mente todos os ambientes e sistemas sociais de que você faz parte, como escola, trabalho, família, grupo de amigos e etc.

  1. Vergonha: o medo do ridículo e a depreciação são usados para manter as pessoas na linha? Apontar culpados é uma prática comum? O valor de alguém está ligado ao sucesso, produtividade ou obediência? Humilhações são frequentes? Perfeccionismo é uma realidade?
  2. Comparação: há comparação e disputa o tempo todo? A criatividade tem sido sufocada? As pessoas são confinadas em padrões estreitos? Há um modo ideal de ser que serve de medida para todos?
  3. Desmotivação: as pessoas têm medo de correr riscos e tentar coisas novas? É mais fácil ficar quieto do que compartilhar experiências? A impressão geral é de que ninguém está escutando? Todos estão se esforçando para serem vistos e ouvidos?

O oposto de viver em escassez não é cultivar o excesso. Os dois são os lados da mesma moeda. O oposto da escassez é o suficiente ou plenitude, em essência é a vulnerabilidade. Ou seja, enfrentar a incerteza, a exposição e os riscos emocionais com a certeza de que você é boa o bastante.

Derrubando os mitos da vulnerabilidade

Mito 1 - Vulnerabilidade é fraqueza

Este é o mito mais conhecido e aceito pela sociedade, assim como é o mais perigoso. A vulnerabilidade não é algo bom ou ruim, ela é o centro de todas as emoções e sensações. Então, acreditar que a vulnerabilidade é fraqueza, é a mesma coisa que acreditar que todos os sentimentos são fraquezas.

A nossa rejeição à vulnerabilidade vem muito da sua associação com sentimentos negativos, como medo, vergonha, tristeza e decepção. Contudo, ela também é berço de emoções e experiências que tantos almejamos. Quando estamos vulneráveis, o amor nasce, assim como a alegria, aceitação, coragem e empatia.

Se abrir para o amor é bastante incerto, não é mesmo? É se tornar vulnerável a quem se ama. Afinal, não temos nenhuma segurança de que vamos ser amados de volta. Mesmo assim, você consegue imaginar viver sem amar e ser amado? Este é só um exemplo de como a vulnerabilidade pode ser positiva.

Mito 2 - Vulnerabilidade não é comigo

Mesmo se você optar por abrir mão de relacionamentos e se isolar do mundo, ainda assim estaria sujeito à vulnerabilidade. Experimentar ser vulnerável não é uma opção. A única escolha que temos é de como vamos reagir assim que formos confrontados com a incerteza e exposição emocional.

Mito 3 - Vulnerabilidade é expor toda a minha vida

A vulnerabilidade baseia-se na reciprocidade e requer confiança e limites. É compartilhar nossos sentimentos e experiências com pessoas que conquistaram o direito de conhecê-los.

Mito 4 - Eu me garanto sozinho

Se garantir sozinho é algo bastante reverenciado em nossa sociedade. Porém, a jornada da vulnerabilidade não foi feita para ser percorrida sem companhia. Todo mundo precisa de apoio. Além disso, a coragem de enfrentar a vulnerabilidade encoraja aqueles que estão perto de você.

Compreendendo e combatendo a vergonha

Aprender a lidar com a vergonha é parte da vulnerabilidade. A boa notícia é de que você não está sozinho. Todos nós sentimentos vergonha de alguma coisa e temos receio em falar sobre ela.

Mas tenha em mente que as pessoas que não são prisioneiras da vergonha, normalmente são mais criativas, ousadas, comprometidas e dispostas a tentar de novo até dar certo. Não podemos abraçar a vulnerabilidade se a vergonha estiver sufocando a nossa valorização e conexão com a vida.

A autora define a vergonha como: um sentimento intensamente doloroso ou a experiência de acreditar que somos defeituosos e, portanto, indignos de amor e aceitação.

Descomplicando a vergonha

Você já parou para pensar na diferença entre vergonha e culpa? Pode parecer besteira, mas é fundamental entender qual a divergência entre estes dois sentimentos. Para ficar mais claro vamos dar um exemplo:

  • Culpa: “eu fiz algo ruim”
  • Vergonha: “eu sou ruim”

Deu para perceber a diferença? Quando sentimos vergonha, estamos mais inclinados a nos proteger culpando algo ou alguém, tentando justificar o nosso erro. Quando nos desculpamos por alguma coisa ou reparamos um erro, a culpa - e não a vergonha - é geralmente a força propulsora para mudar o nosso comportamento.

Vivemos em um mundo em que boa parte da sociedade ainda é adepta do crença que a vergonha é uma boa forma de manter alguém na linha. Porém, este sentimento está altamente ligado à vícios, bullying, agressão, depressão e distúrbios alimentares.

O que fazer com a vergonha?

A resposta é resiliência, que é a nossa capacidade de nos recuperar rapidamente de um revés ou de nos adaptarmos a uma mudança. A resiliência tem a ver com sair deste sentimento de vergonha para o afeto da empatia.

Ao conseguirmos compartilhar nossa história com alguém que responda com solidariedade e compreensão, a vergonha perde a força. A autoaceitação também é um sentimento bastante importante neste processo. A autora aponta quatro elementos da resiliência à vergonha.

  1. Reconhecer a vergonha e compreender seus mecanismos;
  2. Praticar a consciência crítica;
  3. Ser acessível;
  4. Falar da vergonha.

Geralmente, quando a vergonha se instala, ela ativa a parte do nosso cérebro que corre, se esconde ou luta bravamente. Estas estratégias nos levam para longe da empatia, pois são voltadas em apenas nos desligar da dor da vergonha.

Mas como lidar com a vergonha? Brené Brown descreve três movimentos.

  1. Praticar a coragem e ficar acessível. Compartilhe a experiência com alguém que tenha conquistado o direito de ouvi-la.
  2. Conversar consigo mesmo de maneira que faria com alguém que você amasse e estivesse tentando encorajar no meio de um desastre.
  3. Assumir o que aconteceu.

A vergonha também se alimenta do segredo. O professor James Pennebaker, da Universidade do Texas, concluiu a partir de um estudo que não revelar o acontecimento traumático pode ser mais prejudicial do que o próprio acontecimento.

Arsenal contra a vulnerabilidade

Vamos usar máscaras e armaduras como metáfora para esconder a vulnerabilidade. Enquanto a máscara nos dá sensação de segurança, a armadura faz com que a gente se sinta mais forte. O engraçado é que apesar de protegermos a nossa própria vulnerabilidade, nos sentimos frustrados quando encontramos alguém protegido por máscaras e armaduras.

Escudos universais contra a vulnerabilidade

1. Escudo da alegria como mau presságio

Em uma cultura de profunda escassez, ou seja, nunca se sentir seguro ou certo o bastante, a alegria parece uma farsa. Sabe quando pensamos “as coisas estão indo bem, algo de errado vai acontecer”? De acordo com a pesquisa da autora isso acontece porque a felicidade nos deixa vulneráveis.

A gratidão é como uma antídoto para a alegria como mau presságio. As pessoas que foram pesquisadas pela Brené Brown disseram como praticam a gratidão. Geralmente, elas mantém diário e até realizam cultos com a família dizendo pelo o que são gratos.

2. O escudo do perfeccionismo

O perfeccionismo não é o caminho que nos leva aos nossos talentos ou sentido da vida, ele é um desvio perigoso. Ele não é uma busca pela excelência, e sim um método de defesa. É a crença de que se fizermos algo com perfeição, podemos diminuir ou evitar a dor da culpa e da vergonha. Também é autodestrutivo, já que não existe nada perfeito.

Para ficarmos livres da perfeição é preciso caminhar uma longa jornada, que sai do “o que as pessoas vão pensar?” para “eu sou bom o bastante”. Este é um caminho que começa com resiliência à vergonha, amor próprio e aceitação. É preciso aceitar a verdade sobre quem somos, de onde viemos, em que acreditamos e na natureza imperfeita de nossa vida. Precisamos pegar leve nas cobranças e apreciar a beleza de nossas falhas e imperfeições.

3. O escudo do entorpecimento

Uma das principais estratégias do entorpecimento é a de viver “loucamente atarefado”. A nossa sociedade aceitou a ideia de que, se estivermos sempre muito ocupados, a verdade não nos alcançará.

Estatísticas comprovam que há poucas pessoas que não são afetadas por um vício. Ele pode até não ser compulsivo e crônico, mas não significa que não entorpecemos nossa sensação de vulnerabilidade.

Reflita sobre tudo aquilo que faz diariamente para se anestesiar de algumas coisa. Pode ser o consumo de bebida alcoólica enquanto prepara o jantar, as 60 horas de trabalho semanal, consumo abusivo de açúcar, tempo excessivo na frente de uma tela, as várias xícaras de café e por aí vai.

De acordo com a pesquisa da autora, a necessidade do entorpecimento vem da combinação de três fatos: vergonha, ansiedade e isolamento. Ela também enumera algumas estratégias para combater este mal:

  1. Aprender como realmente vivenciar os sentimentos;
  2. Ficar atento sobre os comportamentos entorpecentes;
  3. Saber lidar com o desconforto das emoções difíceis.

Escudos menos usados

1. O escudo viking ou vítima

Ainda em sua pesquisa, Brené Brown identificou um grupo de pessoas que não viam utilidade na vulnerabilidade. Estes entrevistados acreditavam que todo mundo, sem exceção, fazia parte de uma destas duas equipes mutuamente exclusivas:

  1. Vítimas: tolo que está sempre passado para trás e não consegue se impor.
  2. Viking: alguém que enxerga a vitimização como ameaça, então se mantém no controle e nunca demonstra vulnerabilidade.

Escudos de superexposição

Lembrando que superexposição não é vulnerabilidade. Na verdade, ela pode causar isolamento, artificialidade e desconfiança.

1. O escudo holofote

Para entender melhor o holofote, é necessário saber as intenções por trás deste tipo de exposição. É para aliviar a dor? Testar a lealdade e a tolerância em um relacionamento? Forçar um novo contato?

Infelizmente, na maior parte dos casos, o uso desse escudo tem o resultado contrário daquilo que esperamos. As pessoas se assustam, se retraem e a nossa vergonha e isolamento aumentam. Quando expomos nossa vulnerabilidade para quem não temos um vínculo genuíno, a reação emocional delas é se retrair.

2. O escudo invadir e roubar

Aqui, a vulnerabilidade é usada como forma de manipulação. O “invadir e roubar” como escudo tem a ver com invadir as fronteiras sociais das pessoas com informações íntimas e então roubar toda a atenção e energia possível.

3. O escudo ziguezaguear

Esta é a metáfora perfeita para a maneira como gastamos uma energia enorme tentando driblar a vulnerabilidade quando custaria muito menos esforço enfrentá-la de frente. Nesta forma de escudo, a pessoa tenta controlar uma situação dando as costas para ela e fingindo que ela não existe.

4. O escudo desconfiança, crítica, frieza e crueldade

Estas características além de manter a sua vulnerabilidade à distância, tem o poder de funcionar como uma arma, ferindo as pessoas que estão vulneráveis e as colocando em posições difíceis.

Trabalhando as mudanças e fechando a fronteira da falta de motivação

Estamos vivendo de acordo com aquilo que pregamos? Para desenvolver uma estratégia de transformação coerente e eficaz, é essencial confrontar nossas virtudes desejadas com as praticadas - ou seja, como nós realmente vivemos, sentimos, pensamos e agimos.

A fronteira da falta de motivação

A falta de motivação é um problema comum em diversos ambientes. É comum nos desligarmos e deixarmos de nos envolver com alguma coisa para proteger nossa vulnerabilidade.

A distância entre as virtudes praticadas e as desejadas é chamada de “lacuna de valores”. A expectativa de valores que não se pode alcançar é uma das razões para a desmotivação.

Ousadia para reumanizar a educação e o trabalho

Nós já comentamos que um dos obstáculos para a criatividade e inovação é a vergonha. Aquele medo e angústia de ter a ideia humilhada na frente de todos os colegas. Para recuperar a criatividade, a inovação e o aprendizado, os líderes precisam se comprometer a reumanizar a educação e o trabalho. Mas, o que isso significa?

Significa que é preciso entender como o padrão de escassez está afetando a maneira como trabalhamos e lideramos. Além disso, é necessário abraçar a vulnerabilidade e reconhecer e enfrentar a vergonha.

Reconhecendo e combatendo a vergonha

Vergonha produz medo, diminui a nossa tolerância à vulnerabilidade, e atrofia a criatividade, motivação, inovação, produtividade e confiança. Geralmente, este sentimento é algo mais velado. Por isso, Brené Brown demonstra alguns sinais de que a vergonha já impregnou na cultura da empresa ou escola. São eles: culpa, fofocas, favoritismo, apelidos pejorativos e assédio.

Quando vemos que a vergonha está sendo tratada como uma ferramenta de controle e gerenciamento, é preciso tomar providências para acabar com esta atitude.

Diminuir a lacuna de valores com feedback de qualidade

Sem feedback não há mudança transformadora. Quando não conversamos com nossos liderados sobre seus pontos fortes e oportunidades de crescimento, eles começam a questionar as suas contribuições.

Criando filhos plenos

Quem não gostaria de ter um manual de instruções sobre como criar os nosso filhos, não é mesmo? Se a criação dos pequenos já é difícil, imagine na cultura da escassez. Por isso, precisamos ajudar nossos filhos a entender, potencializar e aproveitar sua estrutura emocional. Lhes ensinar a combater as insistentes mensagens da sociedade que dizem que eles nunca serão bons o suficiente.

A vulnerabilidade está no centro da história familiar. É ela quem molda quem somos e quem nossos filhos são. Em outras palavras, para as nossas crianças se amarem e se aceitarem como são é preciso que a gente também se aceite e se ame como somos.

Como pais, é a nossa função ajudar os pequenos a enfrentar a vergonha e desenvolver a dignidade. Só vale ficar atento aos pré-requisitos que conscientemente, ou não, estamos transmitido a eles. Também é importante combater a sensação de perfeccionismo nas crianças e adolescentes.

Na verdade, coloque em prática na criação tudo aquilo que você já aprendeu até agora. E não se esqueça da importância de ensinar a resiliência, auto aceitação e de como diminuir a lacuna de valores.

Acreditar na revelação

Todo este livro de Brené Brown é fundamentado em diversas pesquisas que a autora realizou ao longo dos anos.

A jornada da pesquisa

Em seu doutorado, a autora se apaixonou pela riqueza e profundidade da pesquisa qualitativa. Entre sua metodologia preferida está a teoria fundamentada de dados. Nela, a pesquisadora desenvolve teorias baseadas em experiências ao invés de comprovar ou desmentir teorias já existentes.

Em seu estudo sobre a vergonha e vulnerabilidade, Brown entrevistou 750 pessoas do sexo feminino e 530 do sexo masculino. Ou seja, tudo aquilo que é descrito em seu livro tem como base as respostas de mais de 1200 entrevistas realizadas.

Então, o que achou do livro de hoje? Está preparado para enfrentar a vergonha, acabar com o sentimento de escassez e aceitar a vulnerabilidade em sua vida? Esperamos que as informações demonstradas tenham servido como um impulso para a sua transformação.

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Quem escreveu o livro?

Dra. Brené Brown é uma professora de pesquisa na Universidade de Houston Graduate College of Work. Ela passou os últimos treze anos estudando a vulnerabilidade, coragem, dignidade e vergonha do ser humano. Brené é autora de dois dos livros mais vendidos do New York Times. Brene é também o fundadora e CEO da The Way Daring - Uma organização que traz o seu trabal... (Leia mais)

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